As peregrinações mais famosas do mundo

Seja qual for o destino, essas jornadas espirituais têm um poder transformador; veja roteiros conhecidos no mundo inteiro pela energia mística que carregam

Por Cindy Wilk

  1. Monte Kailash, China

Talvez você nunca tenha ouvido falar nessa montanha do antigo Tibete (hoje China), mas o Monte Kailash é sagrado para budistas, induístas e jainistas. Ou seja, ele é venerado por nada menos que um quinto da humanidade.

 

Os peregrinos ali fazem a kora, caminhada sagrada de 52 quilômetros ao redor do monte, que nunca foi escalado. Uma kora apaga todos os pecados da vida, 108 koras garantem o nirvana.

Tibetanos em geral completam o percurso em um único dia, enquanto os forasteiros fazem em dois ou três dias. Não é exatamente um percurso difícil, mas o cenário lunar desse canto do Himalaia e a altitude – mesmo na base – pegam.

O ponto mais alto é a passagem de Dolma La, a 5 700 metros, onde os peregrinos trocam uma oferenda por outra que esteja lá.

  1. Pico de Adão, Sri Lanka

Um outro pico sagrado, mas nele o objetivo é mesmo chegar ao cume, onde há uma pedra em formato de pé. Se é de Buda, de Shiva ou de Adão, só depende da fé do caminhante. É um trekking de cerca de 3 horas morro acima, de modo que o ideal é partir às 2 da madrugada para ver o nascer do sol lá do alto.

3. Trilha Inca, no Peru

Trilha Inca, no Peru (Anthony Pidgeon/Getty Images)

Mais famosa peregrinação da América do Sul, essa rota antiga e estreita conecta o Vale Sagrado a Machu Picchu, cidade inca que ficou escondida dos conquistadores espanhóis e esquecida até o século 20.

Percorrer esses 43 quilômetros – uma tarefa que leva quatro dias – não é uma experiência ligada a nenhuma religião, mas sim uma empreitada mística e transformadora para todos.

Chegar à misteriosa cidade inca que ainda guarda muitos segredos é algo bastante espiritual.

  1. Kumano Kodo, Japão

No Japão, a Kumano Kodo (Jörg Larson/Flickr)

Depois do Caminho de Santiago, Kumano Kodo, na província de Kii Hanto, no Japão, é a peregrinação mais conhecida do mundo. Tanto que as duas estão na lista da Unesco de Patrimônios Históricos da Humanidade.

Também como Santiago, Kumano não é apenas uma trilha, mas vários caminhos antigos que conectam a cidade de Osaka ao sagrado complexo de Kumano Sanzan, englobando três templos.

rota mais famosa e antiga, percorrida há pelo menos um milênio, é a Nakahechi, que começa no oeste e segue por 30 quilômetros. É um caminho que vai passando por florestas e pequenos santuários escondidos.

A tradição de Kumano Kodo é também bem democrática: camponeses ou imperadores, todos passam por essa prova espiritual.

  1. Caminho do Peregrinos, Inglaterra

A rota de 180 quilômetros que liga Londres à Catedral de Canterbury ficou muito popular a partir do século 12. Tudo começou em 1170, quando o arcebispo de Canterbury, Thomas Beckett, foi assassinado pelos cavaleiros do rei Henrique II e rapidamente canonizado por causa dos milagres a ele atribuídos.

A rota original mudou um pouco de traçado por causa das estradas modernas que foram surgindo pelo caminho, mas os peregrinos modernos veem no Caminho uma ótima desculpa para uma pernada de duas semanas atravessando o lindo interior da Inglaterra.

  1. Caminho da FéBrasil

Santuário de Aparecida, em São Paulo (Ruy Barbosa Pinto/Getty Images)

 

Inspirados no Caminho de Santiago, os peregrinos podem partir de 17 cidades de São Paulo e Minas Gerais – o grande hub é a cidade paulista de Águas da Prata, onde surgiu a ideia – e seguir até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

O caminho mais longo tem 541 quilômetros, e o mais curto, 134. E a rota funciona como na Espanha: há uma Credencial de Peregrino a ser carimbada pelo trajeto, uma lista de pousadas, mapa e, ao chegar a Aparecida, ganha-se um certificado que prova a conclusão da peregrinação.

7. Peregrinação de bicicleta, Itália

A peregrinação italiana de bike (Tim de Waele)

 

Em 1949, o papa Pio XII reconheceu a Madonna del Ghisallo como santa patrona dos ciclistas. E, como era de esperar, a subida de Bellagio, às margens do Lago di Como, até a capela em homenagem à santa virou uma curiosa rota de peregrinos bikers.

As bicis estão em todas: dentro da capela e, ao lado, em um museu dedicado a elas. Esse trajeto de apenas um dia faz parte de um circuito maior conhecido como Giro da Lombardia.

  1. Edna

    Como posso fazer o caminho?