O Projeto prevê desenvolvimento sustentável

almiro

“A idealização do Caminho da Fé no interior de São Paulo e de Minas Gerais, passando por áreas de preservação ambiental, vai além dos objetivos individuais de promover momentos de reflexão religiosa e turismo ecológico à adeptos da caminhada.
A proposta visa, sobretudo, em relação aos municípios que integram o circuito, promover o desenvolvimento sustentável, proporcionando o surgimento de novas modalidades de comércio e a geração de empregos.
E sob esse prisma que o reitor em exercício do Santuário Nacional de Aparecida, padre Antonio Agostinho Frasson, defende o projeto, refutando a ideia de exploração da fé, embora o roteiro vá oferecer uma gama de souvenirs patenteados, como ocorre ao redor do trajeto de Santiago de Compostela.”
Incrível como já se tinha uma ideia de futuro e como o Caminho poderia se desenvolver. Era evidente o foco no desenvolvimento econômico que a ideia envolveria, preferencialmente, prestação de serviços, infraestrutura turística e o principal agente no processo os peregrinos em potencial.
Almiro volta de Santiago com a receita do bolo, muito bem organizada e replicar no Brasil poderia ser uma grande inovação em se tratando do desenvolvimento de produtos turísticos de alto impacto e baixo custo.
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"Criar empregos é uma causa que interessa ao país e também à Igreja. Não há exploração. E natural que alguém saia para peregrinar e vá tomar um lanche, dormir em uma pousada. Quem atender bem não estará explorando, e sim cativando clientes. Uma coisa puxa a outra. A peregrinação ocorre pela fé e, ao mesmo tempo, é capaz de gerar empregos."
“A expectativa dos idealizadores é gerar atividades em torno do Caminho para cerca de pelo menos 200 pessoas a curto prazo. Para não haver essa conotação de exploração, as pousadas terão, obrigatoriamente, acomodações pelo preço de até R$ 7 por pernoite para quem não fizer muita questão de luxo.
Em suítes mais confortáveis, em fazendas já adaptadas para o turismo rural, os preços podem atingir até R$ 100 por hóspede.”
Acreditamos que não se imaginava, no melhor dos cenários, que 20 anos após a implementação da trilha, o Caminho cresceria 10 mil % desse número estimado inicialmente, e que a proposta daria tão certo e mexeria tanto com as pessoas e com as cidades, como mexeu. A realidade da oferta de serviços e negócios ao longo dos anos, veio mudando e o mercado se adaptou à novas modalidades e formas de atendimento aos peregrinos em vista de suas necessidades especficas. Por muitos anos o crescimento foi comedido, mas nos últimos 8 anos o mesmo se deu de forma exponencial, crescendo cerca de 940%.
AACF

‘’Andar a pé vira um vício"


"Quem começa a caminhar dificilmente para. Vira um vício. Conheci uma pessoa em Santiago de Compostela que já fez 12 vezes a peregrinação entre a França e a Espanha. Almiro Grings tenta explicar dessa forma como se transformou num "caminhante inveterado" já em plena terceira idade. Gosto de introspecção. Por isso, seis anos atrás (antes de 2002 [ele tinha 56]), resolvi colocar uma mochila nas costas e começar a caminhar."

“Sua primeira grande aventura, em 1996, foi nos Andes, na região dos Incas. Após pequenas caminhadas no Brasil, ele decidiu conhecer a pé Cuzco, Machu Picchu e Puno, no Peru.
Depois se aventurou em uma ilha na Amazônia, antes de ler "O Diário de um Mago", de Paulo Coelho, e decidir perfazer pela primeira vez o Caminho de Santiago, em 1999. Demorou 30 dias para ir de Roncesvalles a Compostela, na Espanha.
Em sua segunda peregrinação a Santiago, em 2001, Grings demorou 32 dias para refazer o mesmo trajeto porque estava com amigos que eram mais lentos.”
"Não existe idade para peregrinar", diz ele, citando como exemplo seu irmão Guido Grings, fiscal federal aposentado, que já tinha quase 70 anos em sua primeira peregrinação, em 1999. Basta ter condições físicas. E isso se desenvolve caminhando.
0s europeus, por exemplo, costumam atravessar seu continente inteiro a pé diz.”

O que dizer de toda essa experiencia que possibilitou uma grande mudança na vida de tantas pessoas, sejam lá por quais razões... O fato é que são só os primeiros 20 anos de uma trajetória longa e esperamos que os próximos sejam tão promissores e iluminados quanto foram os primeiros.
Vida longa ao Caminho da Fé.
AACF

Digitalizar 15 de dez de 2022 (1)_page-0001