{"id":977,"date":"2016-10-24T16:08:17","date_gmt":"2016-10-24T18:08:17","guid":{"rendered":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/?p=977"},"modified":"2017-04-04T10:38:56","modified_gmt":"2017-04-04T13:38:56","slug":"o-andarilho-da-serra","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/blog\/2016\/10\/24\/o-andarilho-da-serra\/","title":{"rendered":"O ANDARILHO DA SERRA"},"content":{"rendered":"

\n

\"\"<\/strong><\/p>\n

Diego de Toledo Lima da Silva<\/strong><\/p>\n

T\u00e9cnico\/Engenheiro Ambiental, Andarilho e Cronista<\/strong><\/p>\n

E-mail: diegoaikidojoa@hotmail.com<\/strong><\/p>\n

VILAREJO DAS PROMESSAS<\/strong><\/p>\n

A tradi\u00e7\u00e3o local reza que todo homem de f\u00e9 deve percorrer o caminho \u00e0 Aparecida pelo menos uma vez na vida, uma peregrina\u00e7\u00e3o que a todo instante desafia o corpo, a mente e a pr\u00f3pria cren\u00e7a.<\/p>\n

Havia adentrado ao vilarejo no percal\u00e7o de dois ciclistas, mesmo estando a p\u00e9, dividido entre o azul do c\u00e9u e da capela local. Ao entrar na antiga constru\u00e7\u00e3o fui recebido por mulheres e crian\u00e7as da comunidade, onde os atos de cada missa eram transmitidos pelos mais velhos aos jovens, numa renova\u00e7\u00e3o para meus incr\u00e9dulos olhos.<\/p>\n

Talvez o sol do caminho j\u00e1 tivesse me afetado, causando efeitos colaterais e alucin\u00f3genos, ou \u00e0quela cena era t\u00e3o real quanto \u00e0s pegadas que encontrei no caminho de terra. Certo que a dupla de ciclistas j\u00e1 estava bem distantes, favorecidos pelas descidas e retas sem fim do sert\u00e3o mineiro de Tr\u00eas Barras.<\/p>\n

Os minutos a passar e seguia preso nos degraus do escad\u00e3o de acesso \u00e0 igreja que dividia a rua principal em duas, num trecho de continua\u00e7\u00e3o da estrada rural.<\/p>\n

Todo diamante ou joia rara seria incapaz de pagar aquele momento vivido, \u00fanico e marcante. Ali, tive a certeza que o caminho seria profundo e vivo para um esp\u00edrito calejado e demasiadamente urbano.<\/p>\n

Das muitas l\u00e1grimas que deixei na poeira da estrada, algumas foram naquele pequeno vilarejo rural, sem ao menos imaginar que muitas outras seriam derramadas at\u00e9 o destino.<\/p>\n

Confesso, por\u00e9m, que toda explica\u00e7\u00e3o que buscasse iria compor o teatro dos milagres, que n\u00e3o se resume aos agradecimentos, inten\u00e7\u00f5es, hist\u00f3rias e promessas dos muitos peregrinos e da gente do caminho, mas de minha pr\u00f3pria andan\u00e7a dia-a-dia por centenas de quil\u00f4metros sobre pegadas e marcas de outros andarilhos.<\/p>\n

Se um dia me perguntarem se Deus existe mesmo, responderei apenas com um sinal afirmativo e uma l\u00e1grima… Ou muitas delas!<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

 <\/p>\n

Como citar:<\/strong><\/p>\n

DA SILVA, D.T.L. \u00a0Vilarejo das promessas. Revista Eletr\u00f4nica Bragantina On Line<\/strong>. Joan\u00f3polis, n.60, p. -, out. 2016.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Diego de Toledo Lima da Silva T\u00e9cnico\/Engenheiro Ambiental, Andarilho e Cronista E-mail: diegoaikidojoa@hotmail.com VILAREJO DAS PROMESSAS A tradi\u00e7\u00e3o local reza que todo homem de f\u00e9 deve percorrer o caminho \u00e0 Aparecida pelo menos uma vez na vida, uma peregrina\u00e7\u00e3o que a todo instante desafia o corpo, a mente e a pr\u00f3pria cren\u00e7a. Havia adentrado ao vilarejo no percal\u00e7o de dois ciclistas, mesmo estando a p\u00e9, dividido entre o azul do c\u00e9u e da capela local. Ao entrar na antiga constru\u00e7\u00e3o fui recebido por mulheres e crian\u00e7as da comunidade, onde os atos de cada missa eram transmitidos pelos mais velhos aos jovens, numa renova\u00e7\u00e3o para meus incr\u00e9dulos olhos. Talvez o sol do caminho j\u00e1 tivesse me afetado, causando efeitos colaterais e alucin\u00f3genos, ou \u00e0quela cena era t\u00e3o real quanto \u00e0s pegadas que encontrei no caminho de terra. Certo que a dupla de ciclistas j\u00e1 estava bem distantes, favorecidos pelas descidas e retas sem fim do sert\u00e3o mineiro de Tr\u00eas Barras. Os minutos a passar e seguia preso nos degraus do escad\u00e3o de acesso \u00e0 igreja que dividia a rua principal em duas, num trecho de continua\u00e7\u00e3o da estrada rural. Todo diamante ou joia rara seria incapaz de pagar aquele momento vivido, \u00fanico e marcante. Ali, tive a certeza que o caminho seria profundo e vivo para um esp\u00edrito calejado e demasiadamente urbano. Das muitas l\u00e1grimas que deixei na poeira da estrada, algumas foram naquele pequeno vilarejo rural, sem ao menos imaginar que muitas outras seriam derramadas at\u00e9 o destino. Confesso, por\u00e9m, que toda explica\u00e7\u00e3o que buscasse iria compor o teatro dos milagres, que n\u00e3o se resume aos agradecimentos, inten\u00e7\u00f5es, hist\u00f3rias e promessas dos muitos peregrinos e da gente do caminho, mas de minha pr\u00f3pria andan\u00e7a dia-a-dia por centenas de quil\u00f4metros sobre pegadas e marcas de outros andarilhos. Se um dia me perguntarem se Deus existe mesmo, responderei apenas com um sinal afirmativo e uma l\u00e1grima… Ou muitas delas!   Como citar: DA SILVA, D.T.L. \u00a0Vilarejo das promessas. Revista Eletr\u00f4nica Bragantina On Line. Joan\u00f3polis, n.60, p. -, out. 2016.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":979,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":"","om_disable_all_campaigns":false,"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_uf_show_specific_survey":0,"_uf_disable_surveys":false,"footnotes":""},"categories":[10],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/977"}],"collection":[{"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=977"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/977\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/media\/979"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=977"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=977"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/caminhodafe.com.br\/ptbr\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=977"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}